Blohm & Voss BV 141

O Blohm & Voss BV 141 foi um avião alemão de reconhecimento aéreo e bombardeamento ligeiro, utilizado pela Luftwaffe durante a 2ª Guerra Mundial.

As origens do BV 141 remontam a 1937, quando o Ministério do Ar Alemão (Reichsluftfahrtministerium - RLM) - emitiu uma especificação para um avião de reconhecimento monomotor de curto alcance, para três ocupantes, com características de voo otimizadas e ênfase especial numa boa visibilidade geral.

Ao concurso que se seguiu foram realizados convites a várias empresas aeronáuticas alemãs e o projeto preferido foi o protótipo Arado Ar 198, no entanto, durante os testes de avaliação realizados, este acabou por não corresponder às expectativas e o concurso acabou por ser ganho pelo Focke-Wulf Fw 189 Uhu, embora o seu desenho de dois motores não satisfizesse os requisitos de um avião monomotor.

Entretanto a Blohm & Voss (que na altura era conhecida principalmente pela construção de barcos voadores) que não tinha sido convidada a apresentar qualquer proposta, decidiu avançar com um projeto como um empreendimento privado à sua custa e apresentou uma proposta radical desenvolvida pelo seu designer-chefe Dr. Richard Vogt, o Blohm & Voss BV 141. Na realidade, a Blohm & Voss avançou nessa iniciativa pois foi encorajada por Ernst Udet, chefe do departamento de desenvolvimento técnico da Luftwaffe.

O BV 141 possuía um design pouco convencional e assimetria estrutural. A gôndola da tripulação, que se assemelhava muito à do Fw 189, era de vidro Plexiglas, albergava piloto, observador e artilheiro traseiro e estava colocada no lado estibordo. A bombordo existia a fuselagem propriamente dita que numa extremidade tinha o motor e na outra a unidade de cauda. À primeira vista, a colocação do peso teria induzido a tendência do aparelho em rolar, mas o peso era uniformemente suportado pelo arranjo das asas.

Ao todo foram produzidos três protótipos e um lote de avaliação de cinco aparelhos, designados de BV 141A’s, que revelaram um bom desempenho geral nos testes realizados. Quando o próprio Ernst Udet pilotou um dos protótipos a 25 de fevereiro de 1938, referiu que este era fácil de manobrar e que satisfazia os requisitos da especificação.

No entanto, o BV 141 não era um aparelho consensual pelo que em 4 de abril de 1940, o RLM decidiu que os mesmos careciam de potência. Quando um lote de 12 BV 141B’s foi construído com os motores BMW 801 mais potentes, já era demasiado tarde para causar impressão, uma vez que o RLM já tinha decidido colocar o Fw 189 em produção. Isso, associado ao facto de ser dada primazia à utilização dos motores BMW 801, que existiam em pouca quantidade, nos caças Focke-Wulf Fw 190, inviabilizou a hipótese de o BV 141B ser produzido série.

Um único BV 141 foi capturado pelas forças britânicas e enviado para Inglaterra para ser avaliado, porém, nenhum exemplar sobreviveu até aos dias de hoje.