Dornier Do 24

O Dornier Do 24 foi um hidroavião de reconhecimento originalmente projetado e fabricado pela Dornier Flugzeugwerke para atender a um requerimento da Marinha holandesa que pretendia substituir os seus Dornier Wals utilizados nas Índias Orientais Holandesas. O governo holandês assinou um contrato inicial para seis Dornier Do 24 em 3 de agosto de 1936, porém a Dornier fabricou outros dois protótipos para a Marinha alemã para serem avaliados contra o Blohm & Voss BV 138.

Amplamente baseado no Do 18, um hidroavião bimotor que a Dornier tinha desenvolvido para a Luftwaffe, o Do 24 era substancialmente maior e foi inicialmente construído na Holanda pela Aviolanda. O primeiro voo realizou-se a 3 de julho de 1937 e em novembro desse mesmo ano entrou ao serviço.

Tratava-se de um aparelho de linhas harmoniosas, asa suspensa em parasol, construção inteiramente metálica e possuía leme duplo. A motorização era assegurada por 3 motores e a tripulação era constituída por quatro a seis elementos dependendo da tipologia missão.

O combustível era transportado em tanques nos pilares e na secção central das asas. Porém, o Do 24 podia ser equipado com tanques de combustível adicionais que permitiam incrementar muito o raio de ação o que o capacitava a realizar patrulhas extensas sobre o oceano.

Com a ocupação alemã da Holanda, a produção foi interrompida, no entanto, enquanto o ramo de reconhecimento marítimo da Luftwaffe Küstenfliegergruppen não se mostrou interessado nos aviões parcialmente construídos, uma vez que já tinham escolhido o Blohm und Voss Bv 138, a linha de produção holandesa foi retomada, para fornecer aparelhos para o Seenotdienst (Serviço de Emergência Marítima), que estava ainda a operar biplanos Heinkel He 59. Por essa altura na linha de montagem da Aviolanda estavam 13 células em diferentes fases de construção, no entanto, essa empresa acabou por fabricar mais 159 Do 24, a maioria com a designação Do 24T-1.

O Do 24 que acabou por revelar uma extraordinária versatilidade operacional já que podia realizar missões de reconhecimento, patrulhamento costeiro, transporte de tropas e escolta de comboios. No entanto, destacou-se sobretudo em missões de busca e salvamento marítimo (SAR) já que possuía excelentes características de voo, robustez e elevadas performances o que permitia que fosse operado, sem problemas, mesmo sob as piores condições atmosféricas ou em águas bastante agitadas.

O Do 24 foi dos poucos aviões alemães que participou, durante a 2ª Guerra Mundial, no teatro do Pacífico já que alguns aparelhos foram operados inicialmente pela Holanda contra os japoneses e posteriormente integrados nas forças australianas.

No total foram fabricadas 279 unidades que continuaram a operar após o términus do conflito mundial. Por exemplo, alguns aparelhos foram usados pela França até 1955 e pela Espanha até 1971.

Em 1982, a Dornier obteve um dos aviões espanhóis que reconverteu numa versão modernizada denominada de Do 24 ATT (Amphibischer Technologie Träger, portador de tecnologia anfíbia). Este foi dotado de novas asas, equipado com novos motores turbopropulsores PT6A-45B e um trem de aterragem retrátil para pouso em terra. Apesar do excelente desempenho do aparelho, nenhuma empresa se mostrou interessada em adquiri-lo.