Fairey Seafox

O Fairey Seafox foi um hidroavião biplano de reconhecimento britânico dos anos 30, concebido e construído pela Fairey Aviation para a Royal Navy (Fleet Air Arm), onde se manteve ao serviço até meados da 2ª Guerra Mundial. Ao contrário de que possa parecer, o Seafox não constituiu a versão naval do Fairey Fox.

O Seafox foi desenvolvido tendo em vista o cumprimento da Especificação S.11/32 do Ministério da Aviação para um hidroavião de dois lugares especialmente concebido para ser lançado a partir de catapultas montadas no convés dos cruzadores ligeiros britânicos. Somente com base no desenho e projeto da proposta da Fairey, em janeiro de 1936, foi logo adjudicado o contrato para 49 aparelhos e só em 27 de maio desse ano é que o primeiro de dois protótipos realizou, em Hamble, o primeiro voo. Durante a realização dos testes de avaliação ficou evidente alguns problemas com o motor.

O segundo protótipo sofreu algumas alterações, nomeadamente estruturais, passando o cockpit traseiro a ser fechado, sendo essa a configuração dos aparelhos de produção. Esse aparelho foi equipado com um trem de aterragem com rodas, e descolou pela primeira vez a 5 de novembro de 1936. Posteriormente, também esse aparelho foi convertido num hidroavião. Os testes realizados vieram mostrar que os problemas com a motorização não tinham sido resolvidos. Ainda assim, em setembro de 1936, a encomenda foi alargada para mais 15 aviões, num total de 66 que entraram ao serviço em 23 de abril de 1937, tendo ao todo equipado 11 esquadrões aéreos navais.

O Seafox possuía uma fuselagem de construção monobloco, totalmente metálica, sendo as asas cobertas com metal no bordo de ataque e tecido (lona) nas restantes superfícies. A estrutura do aparelho teve de ser especialmente desenhada e reforçada a fim de permitir o lançamento a partir de catapultas e as asas superiores tiveram de receber uma escora adicional por forma a que o aparelho pudesse ser erguido da água, através de uma grua e recolocado na catapulta.

O piloto comandava o avião a partir de um cockpit aberto, atrás de um para-brisas e o observador-artilheiro operava a metralhadora a partir de um cockpit fechado, posicionado atrás do piloto. A motorização era assegurada por um motor Napier Rapier H, arrefecido a ar, de 16 cilindros e com uma potência de 395 cv, que lhe proporcionava uma velocidade de cruzeiro de 171 Km/h e uma autonomia de 710 km. Apesar de não serem prestações más de todo para a altura, foi criticado por ser pouco potente, por ter problemas de arrefecimento do motor e por possuir uma velocidade de aterragem (amaragem) mais elevada do que o desejado. Assim, o aparelho foi considerado não muito bem-sucedido e como tal não foram implementadas evoluções ao projeto.

Ao todo foram fabricados 66 aparelhos que se mantiveram ao serviço até 1943. Dois desses aparelhos foram terminados sem flutuadores, que foram substituídos por um trem de aterragem convencional de rodas e utilizados como aviões terrestres.