Messerschmitt Me P.262 HG III / HG-3

O Messerschmitt Me 262 HG III (também designado por HG-3) foi um avião conceptual (que nunca saiu do papel) de projeto de evolução do icónico caça a jato Messerschmitt Me 262 da 2ª Guerra Mundial.

O Me 262 original poderia ter dado aos alemães uma vantagem considerável nos céus da Europa, porém apareceram muito tarde e numa altura em que os pilotos, os recursos estratégicos e o combustível escasseavam, acabando assim por ter um impacto limitado no conflito. Para agravar a situação alemã, que nos anos finais da guerra tinha passado a uma situação defensiva, os motores Junkers Jumo 004 eram propensos a queimar a altas altitudes, onde operavam os bombardeiros aliados.

Ainda assim, os engenheiros da Messerschmitt continuaram, até ao final da guerra, a desenvolver o projeto original seguindo vários caminhos, sendo que um deles deu origem a uma série de estudos de alta velocidade (Hochgeschwindigkeit) que viriam a dar origem ao Me 262 HG II e ao Me 262 HF III capazes de, em teoria, operarem a altitudes onde os Me 262 então existentes não conseguiam alcançar.

O Me 262 HG II era uma espécie de versão modernizada e aprimorada do Me 262 original, enquanto o HG III representou uma revisão drástica do design básico. As séries HG procuraram incorporar melhorias aerodinâmicas adicionais para ajudar no desempenho e na eficiência de combustível. O trabalho nestes aparelhos foi iniciado em 1944, por Woldemar Voight, o responsável também pelo Me262 original.

Para acelerar o desenvolvimento do HG II e do HG III, a fuselagem, com provas dadas, foi basicamente mantida e no HG III as asas receberam um retrocesso de 35 para 45 graus por forma a terem melhor desempenho a altas velocidades, enquanto o arranjo de cauda convencional original foi mantido. Ainda chegou a ser projetada uma cauda em "borboleta" que consistiam essencialmente num par de caudas inclinadas para fora tornando assim desnecessários os tradicionais estabilizadores horizontais.

Ao contrário do Me 262 (e do proposto HG II), que mantinham os motores em naceles suspensas sob as asas, o HG III incorporaria os seus motores nas próprias asas, juntos à fuselagem com as entradas de ar, em formato oval e ampliadas, por forma a acomodarem os maiores e mais potentes turbojatos Heinkel HeS 011. O armamento proposto consistia numa potente bateria de 4 canhões automáticos MK 108 de 30 mm instalados no nariz do avião.

O desenvolvimento do HG III terminou quando a guerra na própria Europa chegou ao fim, em maio de 1945. No entanto, muitos projetos secretos alemães foram continuados pelos britânicos, americanos no período pós-guerra que se seguiu e estiveram na origem de aviões como os norte-americanos F-86 Sabre ou os soviéticos Mikoyan-Gurevich MiG-15.