Yokosuka MXY-7 Ohka / Baka

O Yokosuka MXY7 Ohka (flor de cerejeira) foi um avião de ataque suicida (kamikaze) projetado pelo alferes Mitsuo Ohta do 405º Kōkūtai, auxiliado por alunos do Instituto de Pesquisa Aeronáutica da Universidade de Tóquio e fabricado pela Yokosuka Naval Air Technical Arsenal nas fases finais da 2ª Guerra Mundial.

Designado pelas forças aliadas de ''Baka'' (termo pejorativo japonês que significa “tolo” ou “idiota”), o MXY7 era basicamente uma bomba voadora pilotada cujo principal objetivo era ser usado contra as forças navais inimigas que eventualmente ameaçassem território japonês.

O desenvolvimento do projeto Ohka remonta a 1943, porém, só no ano seguinte é que a Marinha Imperial Japonesa decidiu que a ideia tinha mérito e os engenheiros do Arsenal Técnico Aeronáutico Naval de Yokosuka (Dai-Ichi Kaigun Koku Gijitsusho, ou abreviadamente Kugisho) criaram projetos formais para o que viria a ser o MXY7.

O primeiro voo do MXY7 Ohka , ainda sem motores, foi realizado a 21 de março de 1944 e o primeiro com motorização própria foi realizado em novembro desse mesmo ano. Depois dos testes de avaliação foi colocado em produção.

Operacionalmente, o Ohka era transportado até perto do seu alvo por um bombardeiro Mitsubishi G4M "Betty", modificado, Porém, a sua autonomia era muito pequena, pelo que tinha de ser transportado até muito próximo do seu alvo pelos bombardeiros de transporte o que os tornava muito vulneráveis aos caças aliados transportados em porta-aviões.

Depois de se soltarem dos bombardeiros os MXY7 Ohka planavam em direção ao seu alvo e só quando se aproximavam o suficiente é que o piloto disparava os três foguetes de combustível sólido do Ohka, um de cada vez ou todos em uníssono e dirigia o aparelho para o navio que pretendia destruir a uma velocidade que podia atingir os 970 km/h. A essa velocidade conseguia deixar os caças inimigos para trás, porém praticamente impedia qualquer tentativa de abortarem a missão caso algo corresse mal. Também a escassa autonomia destes aparelhos, cerca de 37 km, limitava a eficácia dos ataques e em caso de o Ohka ficar sem combustível, tornava-se altamente vulnerável ao fogo inimigo.

A única variante que entrou em serviço foi o Model 11, equipado com três foguetões Tipo 4 Mark 1. Versões posteriores ainda chegaram ser projetadas numa tentativa de melhorar e ultrapassar as deficiências da variante inicial, mas estas chegaram demasiado tarde para serem utilizadas. Entre elas podemos destacar a versão Ohka Model 22 ou a versão Model 33 que não chegou efetivamente a ser fabricada mas que estava previsto poderem vir a ser utilizadas a partir de bases aéreas costeiras e cavernas, ou mesmo a versão Model 43 que estava previsto ser possível de lançara partir de catapultas, nomeadamente a partir de submarinos equipados com esse sistema de lançamento. Ainda chegou a ser projetada versão bilugar para treino, conhecido como Wakazakura, porém, nenhum outro aparelho além do Model 11 chegou efetivamente a ser produzido em série.

Em ação durante a Batalha de Okinawa em 1945, os Ohka’s conseguiram ter algum êxito no ataque aos navios aliados, nomeadamente afundando um destroyer e provocando danos e avarias num couraçado, três destroyers, um caça-minas e dois transportes navais, mas nunca afundaram nenhum navio de guerra importante.

Ao todo 852 unidades foram produzidas, sendo que 155 Ohka Model 11’s foram construídos pela Yokosuka, e os restantes, cerca de 600, foram construídos pela Kasumigaura Naval Air Arsenal, porém, apenas 80 aparelhos foram utilizados efetivamente em combate.